domingo, 22 de novembro de 2009

A saudade morreu

Desde pequena que de todas as memórias, as olfactivas são as que mais saudades me trazem.
O cheiro do pão acabado de fazer na casa da aldeia.
O cheiro das empadas que a minha tia criteriosamente fazia ao domingo.
O cheiro da chuva no quintal.
O cheiro da brazeira de carvão da vizinha onde passava as minhas tardes.
O cheiro da lareira e da lenha de oliveira, que deitava espuma amarela quando ainda estava um pouco verde.
O cheiro da neve que mais que uma vez me impediu de ir à escola.
O cheiro da cevada que o meu tio me preparava convencendo-me que era café (eu que me achava uma menina crescida por beber café).

Já não me lembro do teu cheiro.

1 comentário:

Vamos lá reflectir...