Hoje, só hoje, deixa-me fingir que és meu.
Hoje, só hoje, dá-me a mão e aperta-a com força. Como se tivesses medo que eu desaparecesse pelo simples facto de a largares.
Hoje, só hoje, beija-me a testa enquanto me dizes que está tudo bem.
Hoje, só hoje, vamos passar a tarde abraçados, enquanto eu te faço festas no cabelo que é meu. Tal como tu, hoje, também és.
Hoje, só hoje, diz-me que me amas e que vai ser para sempre.
Hoje, só hoje, fica comigo como se longe de mim não fizesses sentido.
Hoje, só hoje, vou fingir que é comigo que sonhas nas noites em que a saudade te aperta o coração.
Hoje, só hoje, vou fingir que és meu. E que o teu colo, o teu abraço, os teus lábios e o teu coração, têm o meu nome gravado.
Hoje, só hoje, deixa-me ficar em ti. Como tu estás em mim. Sempre.
(Este texto já estava na gaveta há algum tempo. Não é de agora nem para agora. Apenas me apeteceu publicar.)